sábado, 2 de abril de 2011

Quando a igreja esfria, o entretenimento aparece...

Quando fazemos uma análise da história da igreja cristã e perseguida no período romano, vemos grupos de irmãos se reunindo em cemitérios, mesmo em catacumbas, ou na China comunista, onde os irmãos se reuniam em lugares cavados no chão das casas, apertados, escuros e desconfortáveis.

Esses irmãos não dispunham de microfone, assentos luxuosos, ar condicionado, ou belíssimos edifícios. Para ser bem honesto, essa idéia de construir edifícios e atribuir ao mesmo o nome de igreja partiu da mãe de Constantino. Desde que foi fundada por Jesus Cristo, a igreja era a reunião dos irmãos, que no novo testamento ocorria nas casas dos irmãos. A essência está na doutrina, na singeleza, na simplicidade do culto, que deve ser ofertado a Deus de coração.

Atualmente vejo as pessoas deveras preocupadas em construir caros e belos edifícios que chamam de igreja, capela, local de reunião, templo...enfim. Mas apesar de terem tanta preocupação com o exterior, muitas vezes alí de fato não existe uma igreja ajustada ao cabeça. Lembrando que a igreja são os irmãos que se reunem em determinado lugar.

Quando a igreja está desligada do seu cabeça, se transforma em uma mera religião decadente, morta e carnal. Como resultado temos fofocas, intrigas, disputas, adultérios, desobediência, rebeldia, falta de temor ao Senhor e outros problemas que refletem a morte espiritual do ambiente.

Para compensar a real falta do Espírito de Deus atuando (pois Deus é santo e não pode atuar em um ambiente corrompido pelo pecado), estes locais procuram compensar com entretenimento ou atrativos. Acampamentos, shows, brincadeiras, teatro, música agitada, cadeiras de última geração e acolchoados substituem os antigos bancos de madeira, ar condicionado, aparelho data show substitui o hinário, torneios de futebol, enfim...Outro apelam para emocionalismos forçados, como choros compulsivos, risos descontrolados, correrias, gritos, cai-cai, "revelações"...é tanto "poder" e tanta "visita de Deus", que basta o culto acabar, as mesmas práticas voltam pior do que antes...

Mas o que estou fazendo? Condenando estas coisas? Não, de maneira alguma! É claro que nescessitamos também de lazer e de momentos descontraídos. Mas o problema é que quando uma igreja está de fato morta espiritualmente, ela passa a depender desesperadamente dessas muletas. Lembro-me certa vez em que me encontrava em uma dessas igreja de manhã. Logo após a Escola Bíblica a moça que dirigia as reuniões se desesperou devido a falta de energia e falou lá do púlpito mais ou menos isto:
-Irmãos, estamos sem energia, não vai ser legal o louvor, mas vamos cantar mesmo assim.

Quando o culto encerrou, procurei a referida moça e lhe perguntei se de repente um ladrão roubasse todo o instrumento musical e o pastor decidisse ficar sem estes aparelhos modernos por um tempo o que ela faria, ao que respondeu que nem queria pensar em tal possibilidade.

De fato ja escutei um crente me afirmar que a pequena igreja em que congrego precisava "investir" no louvor e see assim o fizesse, estaria se reunindo conosco.

Até hoje não entendi o que esta pessoa quis dizer com "investir no louvor", ja que louvor não depende de bateria, teclado, guitarras elétricas ou qualquer outra perafernália. Louvor é aquilo que vem do coração e move o coração de Deus. Uma igreja de fato pode ter afrente um grupo extremamente profissional, e as pessoas ali presentes podem até estar de mãos erguidas, chorando movidas pela emoção, mas se essas vidas não mudam, se continuam no pecado, se dão mal testemunho na comunidade ou sociedade em que vivem, o que ocorreu alí não foi louvor, foi pura emoção.

Aquele dia dei graças a Deus por não ter aquela pessoa congregando conosco, pois a mesma nada entende de essência. Ja louvamos com músicos profissionais e com músicos iniciantes que erram a nota o tempo todo. Ja louvamos diversas vezes apenas com nossas vozes, cantando as canções do hinário. Para nós tanto faz ter ou nçao ter acampamento, teatro, brincadeiras, enfim....independente de qualquer coisa, nos manetmos firmes na rocha que é Cristo, e isso chama-se base bíblica e maturidade.

A igreja viva é aquela que seus membros se envolvem em missões, que oram, que jejuam, que se quebrantam, que não se conformam com este mundo, que leem as escrituras, que faz devocional, que dá testemunho em sua comunidade, em seu trabalho e mesmo nos lugares em que ninguém está observando. è aquela igreja que prega em seu púlpito que Deus é amor mas é também justiça, que Deus salva mas que também derrama sua ira sobre a cabeça de quem não aceita seu filho, é a igreja que fala sobre o céu, mas tem a coragem de alertar sobre a existência do inferno. Em tal igreja, a mensagem de auto-ajuda gospel é dispensável, e o hoemem não é enaltecido, mas apenas o Senhor Deus. Para tal igreja, o entretenimento não é o essencial, mas apenas um complemento.

Por outro lado, quando a igreja está morta, é comum escutarmos dos seus congregados frases do tipo: "Não vou a igreja porque não tem uma reunião pra jovens"ou "porque as músicas são meio paradas" ou "porque não tem ar condicionado". Tais pessoas de fato ainda não conheceram o evangelho nem o poder de Deus. Estão buscando serem servidas, "se quiser que elas frequentem" a igreja. Alerto que o inferno quente e desconfortável está próximo de tais, a não ser que se arrependem de fato e se convertam ao Senhor, que as quer trabalhando e servindo!

Finalizo meu texto com um pensamento de Spugeon, que era considerado o principe dos pregadores:

“O fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto à sua existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice".
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